Levantamento do Hospital Santa Catarina – Paulista mostra que entre 20% e 25% dos pacientes oncológicos realizarão o tratamento na instituição
Você já ouviu falar em imunoterapia? Para esclarecer as principais dúvidas, acompanhe o conteúdo que preparamos:
O surgimento de novos tratamentos para câncer, testados em casos mais graves da doença e que, posteriormente, migraram para cenários mais precoces, tem trazido bem-estar e prognósticos mais otimistas aos pacientes oncológicos. Entre as novidades está a imunoterapia, um tratamento que estimula o sistema imunológico do próprio paciente a combater as células cancerígenas. Segundo o levantamento do Hospital Santa Catarina – Paulista, entre 20% e 25% dos pacientes oncológicos da instituição irão realizar o tratamento ao longo da vida, e o número sobe para 50% quando adicionamos terapias biológicas e alvo molecular.
Para que serve?
A imunoterapia proporciona a remissão da doença inclusive nos casos mais avançados. Para os oncologistas do hospital, esse tratamento é um dos maiores avanços médicos nos últimos anos e pode ser utilizado de maneira sinérgica à quimioterapia, à radioterapia e à cirurgia.
Números
Segundo o relatório bienal 2020-2022 da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), 19,3 milhões de novos casos da doença surgiram em 2020, enquanto a estimativa para o ano de 2040 é que esse número chegue a 30,2 milhões. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que 625 mil surgem novos casos a cada ano. Um dos motivos para o aumento é a mudança gradual da pirâmide etária brasileira, dado que o número de pessoas atingindo idades mais afetadas pelo câncer tende a aumentar. Neste cenário, tratamentos inovadores – como a imunoterapia – ganham cada vez mais relevância.
Como a imunoterapia funciona?
A imunoterapia consiste em estimular o sistema imunológico do paciente com uma substância que atua diretamente nas células cancerígenas, promovendo, assim, uma manifestação mais branda no corpo do que os tratamentos tradicionais. “É como se o corpo fosse um aeroporto, e o sistema imunológico, a segurança do local, que barra os passageiros irregulares representados pelas células cancerígenas. Às vezes, os intrusos conseguem chegar ao avião. Neste caso, os anticorpos humanos são avisados para reforçar a segurança e retiram os passageiros da aeronave”, explica Dr. Antonio Cavaleiro, coordenador médico da oncologia do Hospital Santa Catarina – Paulista.
Diagnóstico
É importante contar com atendimento personalizado e individualizado, visto que cada paciente apresenta particularidades, no momento de adotar o melhor tratamento. Após a identificação do câncer, sua extensão, localização e histórico do paciente, uma estratégia de combate é feita junto ao médico responsável. “Com a adoção de novos protocolos e terapias, como a imunoterapia, por exemplo, em tumores desta natureza, as chances de cura e a sobrevida dos pacientes aumentaram”, ressalta o Dr. Aumilto Júnior, oncologista do Hospital Santa Catarina – Paulista.
Efeitos colaterais da imunoterapia
De 10% a 15% das pessoas submetidas ao tratamento apresentam efeitos colaterais sintomáticos. As manifestações do tratamento, que aparecem através de um sistema imunológico confundido ou hiperativado, podem ocorrer semanas após o início do tratamento. Às vezes, surgem meses depois, de maneira não previsível. Entre os principais efeitos colaterais da medicação, estão:
Hepatite autoimune: o sistema imune acredita que as células do fígado são inimigas, o que resulta na inflamação do órgão.
Pneumonite: ocorre a inflamação dos pulmões, provocada por uma reação de hipersensibilidade.
Colite: é a inflamação do cólon, que provoca sintomas como febre, dor abdominal e diarreia.
Dermatite: inflamação na pele que acomete várias áreas do corpo e não é contagiosa.
Tratamentos avançados
A partir da década de 1960, o tratamento da doença tem evoluído para formatos menos agressivos com a imunoterapia, endocrinoterapia (terapia anti-hormonal) e terapias alvo molecular, nos quais substâncias específicas podem trazer efeitos positivos relevantes para os pacientes e que, inclusive, podem ser usadas independentemente ou combinadas com tratamentos tradicionais, como quimioterapia, radioterapia e cirurgia.
Desde 2016 o Hospital Santa Catarina – Paulista integra a imunoterapia às possibilidades de tratamento de câncer na instituição que, quando indicada, é ministrada ao paciente num intervalo de 21 a 30 dias. Neste processo, a pessoa recebe o soro durante 30 minutos e, depois, pode retomar as atividades do dia.
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